I João e Maria [A vaidade gera inimigos] Vão distantes os dias em que a vi; eras bela e me havias prometido o éden amoroso e enobrecido e mil juras de amor fiz para ti.   Mas daquele amor pulcro e verdadeiro, e do céu de venturas esperado, só restou-me tormento malsinado, que consome a minha alma por inteiro.   Não me amavas, fingias tão somente, e, agora, te persigo, inclemente, pois tornastes o amado em inimigo.   Morri, eu sei, e ainda não te esqueço, sofro cá o quanto a

I A posse do necessário [Riqueza material] A riqueza é prova traiçoeira que nos põe a galope do egoísmo e fustiga nosso ego para o abismo de uma vida vazia e aventureira.   Bilhete para os palcos da vaidade e moeda que açula os sentidos, é o canto de soberba nos ouvidos; melodia de orgulho e falsidade.   Semeia teu talento por divisa e, repartindo o bem, seja uma brisa de amor que sopra da alma caridosa.   A posse esparze bençãos nesta vida quando ampara o irmão e o convida p

Amigo e Mestre bondoso, fez-se verbo glorioso e deu voz às profecias; desde há muito anunciado, veio trazer seu reinado amoroso aos nossos dias.   A Galileia formosa foi a porta generosa do seu Evangelho-amor; que nos guarda do egoísmo e nos resgata do abismo das aflições e da dor.   Revelou ser o Messias lendo o texto de Isaías na humílima Nazaré; e nessa hora se cumpria que nosso modelo e guia era Jesus, Bar-José!   Dentre os mansos do lugar, nos humildes foi buscar seus di

Se todos os mistérios eu soubesse, e se tivesse o dom da profecia, e, com fé, mover montes eu pudesse, mesmo assim, sem amor, nada seria.   Ainda quando aos pobres tudo desse, sem lamento, exultante de alegria, e seguisse feliz, e sempre em prece, se não tivesse amor, nada teria.   Pois que o amor no bem se fortalece, tudo crê, tudo sofre e tudo esquece, não se orgulha, e se alegra na verdade.   Bondoso, ama e perdoa sem rancor, tudo espera e suporta por amor, em humana expre

Das vastidões insondáveis, chegou-nos Mestre e irmão, consolo dos miseráveis que buscam a redenção.   Vive na casa de taipa com chão de terra batida, na mão que dedilha a gaita em canção à alma sofrida.   Ampara o lar solitário do pai com fé e sem pão, e paga régio salário aos justos de coração.   Habita as almas bondosas, as primaveras floridas, o verso que canta as rosas, as mãos cuidando as feridas.   Busquemos trazer a lume, nesses tempos de aflição, o seu sagrado perfume

No entardecer, no monte, já se via a imagem do Cordeiro vitimado, e o local do suplício transformado em infâmia, escárnio e algaravia.  ...

A Terra tantas vezes nos parece uma nau à deriva e sem destino, cadinho de tristeza e desatino, onde a angústia campeia e enlouquece.   Mas, se a dor nos alcança, inclemente, rosário de agonias que atraímos, é que débitos justos assumimos pelo ego caprichoso e inconsequente.   Sofrimento é momento passageiro e Jesus é o Divino Timoneiro a guiar-nos na escola abençoada.   Prossigamos amando, com fé e sempre, resgatando o passado delinquente e forjando asas à alma renovada. Son

A esperança, que as dores suaviza, da fé a filha meiga, doce e pura, traz o alento de paz que se divisa nas nevoentas horas de amargura.   Trabalha com sua irmã, a caridade, capinando nos pastos da avareza, e semeiam nos campos a bondade, onde formigam dores e tristeza.   Faz todo bem que possas, sem alarde; não consintas que o bem chegue tarde ao irmão que na tormenta se encerra.   A fé sem obras é senda de réus; cultive a esperança orando aos céus, mas faz a caridade arando

A morte destronou o rei da guerra, e os anjos entoam hinos inauditos ao amor, que governa a Nova Terra, elevada ante os orbes do infinito.   Os tempos de cilícios hão passado e um prelúdio de paz e doce alento me alcança vendo o céu iluminado e, em prece, me dirijo ao firmamento…   As raças se entrelaçam, exultantes, amar tornou-se o verbo dominante no coração das almas renascidas.   A Lei de Amor triunfou sobre o egoísmo, as vaidades, o orgulho e o cinismo, para a glória das

Nos tempos esquecidos nas auroras, buscou Jesus, no Pai, a luz das horas para trazer à vida novos mundos. Tomou nas nebulosas divinais os puros elementos virginais e os princípios latentes e fecundos.   Do plasma abrasador, o Rei Solar, fez o sol, os planetas e o luar a soldo do Maestro do Infinito. No efervescer da lava derretida, forjou o natural berço da vida; do ser imortal, fez o lar bendito.   Feito o ninho, desperta o novo ser, que, latente, começa a florescer, e a vid

A veste desgastada que serviu aos teus dias de prova nesta vida jaz, hoje, sob o solo e, carcomida, dos vermes é o repasto pueril.   De...

Deus concedeu às mães toda a doçura, e os angelicais traços de ternura, em concerto ao amor, eternizado. Mas tornou à lida e à forma o Arquiteto, na busca de um modelo tão completo, e concebeu um ser inusitado.   Tomando da bravura e da coragem, do zelo protetor, a justa imagem, sopra vida no novo ser criado. Nasceu o Pai, um bruto enternecido, o guardião amigo e destemido para sempre lutar ao nosso lado.   É o herói aguerrido e providente, a salvaguarda e um anjo diligente:

Vagueiam corações nas madrugadas, com semblantes perdidos e vazios, por remorsos tristonhos e sombrios que carregam nas almas...

Bate a chuva na janela e, bem longe, ouço os trovões e olho os raios na procela ressoarem seus canhões…   Volto no tempo e revejo a minha infância inocente, e as cenas, em um lampejo, ressumam vivas à mente…   A chuva vinha chegando e correu a meninada, ao sol, a roupa quarando foi recolhida e guardada.   As crianças magricelas, com barquinhos na enxurrada, tinham água nas canelas e brincavam na calçada...    Se a roupa era modesta e a lida, um tanto sofrida, à mesa tudo era

Há muito que nos temos prometido um modo de viver bem diferente; que iríamos amar a toda gente, reformar-nos, e à vida dar sentido. Mas o ano mal começa e, fatigados, as promessas e juras esquecemos, e os planos de reforma que fizemos deixamos novamente abandonados. De juras e promessas vamos indo, de roldão velhos erros repetindo, a plasmar um futuro de amarguras. Já tarda nossa vida displicente: a vontade é força permanente se almejas ter um mundo de venturas! Poema de José

Mãe, é força e doçura, proteção e alegria, é o beijo que cura a ferida e a dor…   É café da manhã na luz da alvorada, é o quente...

Nasce o sol do novo dia e a luz a treva espanta, e à manhã que principia toda a natureza canta.   Nas árvores pipilando, à luz da hora primeira, salta nos galhos cantando o sabiá-laranjeira.   No brilho do meio dia é o Astro-Rei a fornalha de vida que se irradia e flamejante trabalha.   O sol nos montes mergulha e Deus, tomando um pincel, usando de uma fagulha pinta aquarelas no céu.   O anoitecer vence a tarde e borda o ocaso de luz, em mil filigranas de arte na noite que no

Conquistou-me o amor de um cachorrinho, mas quisera jamais tê-lo podido; é que me lembro, ainda comovido, que partiu meu amado “menininho”.   Tantas vezes me alcança uma saudade e penso do porquê tão pouco vivem; deve ser por amarem, como dizem, desde sempre e por toda eternidade.   A parca não roubou-nos, tão somente, a meiguice mais doce e comovente das manhãs de domingo enfeitadas.   Levou-nos a inefável alegria de encontrá-lo ao final de todo dia para darmos as nossas cam

Fazendo a grande jornada nos palcos da evolução, estamos na caminhada em busca de redenção.   Já fomos o Moço Rico, que a Jesus...

Jesus, ao final do Sermão da Montanha, quando já se ia despedindo dos discípulos e seguidores de retorno à casa do Pai, faz nos uma...