Luz de poesia

A fórmula da felicidade
Sep 15, 2024
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I
A posse do necessário
[Riqueza material]
A riqueza é prova traiçoeira
que nos põe a galope do egoísmo
e fustiga nosso ego para o abismo
de uma vida vazia e aventureira.
Bilhete para os palcos da vaidade
e moeda que açula os sentidos,
é o canto de soberba nos ouvidos;
melodia de orgulho e falsidade.
Semeia teu talento por divisa
e, repartindo o bem, seja uma brisa
de amor que sopra da alma caridosa.
A posse esparze bençãos nesta vida
quando ampara o irmão e o convida
para o festim da boda generosa.
II
Consciência tranquila
Um tesouro que vale o bem viver
é a paz que colhemos nesta vida,
e o êxtase no instante da partida
é o prêmio pelo justo proceder.
Nessa hora, a consciência, agradecida,
vê, na parca, a gentil libertadora
da alma, que, na romagem sofredora
por aguilhões se achava oprimida.
Nada tema da morte amiga e boa,
e, findando teu tempo, alegre, voa
em busca dos amigos seculares.
Terás, a iluminar o teu regresso,
todo o bem que fizeste, e teu progresso,
nas hostes dos obreiros estelares.
III
Fé
Ter fé é entregar-se ao criador
que guia nossos passos vacilantes.
É o abraço divino nos instantes
de amargos sofrimentos e de dor.
Anseio da alma e fonte generosa,
que se nutre nas seivas siderais,
é o socorro das hostes imortais
nas tormentas da prova temerosa.
É uma chama que aquece todo o ser.
É confiar mesmo antes de saber.
É pôr o pé e, então, Deus pôr o chão.
É a estrada de luz ao infinito.
É a ajuda à distância de um só grito,
pão da alma, lucidez e proteção.
Inspirado na questão 922, de O Livro dos Espíritos
Soneto de José Marcos Trad
Mar/24




