Que fazemos de especial?

Jesus, ao final do Sermão da Montanha, quando já se ia despedindo dos discípulos e seguidores de retorno à casa do Pai, faz nos uma amorosa indagação, que deveria vibrar em nossas almas em todos os momentos: e vós, que fazeis de especial? Nós, que já conhecemos os ensinamentos evangélicos e a proposta de Jesus para a nossa salvação, o que temos feito de especial com o conhecimento que recebemos?

Sabemos, por exemplo, que a morte não existe, e que a vida continua além túmulo, vitoriosa e resplandecente.

Sabemos que reencarnamos com o objetivo de nos melhorarmos e que já vivemos muitas existências e viveremos outras tantas, até que tenhamos nos purificado completamente.

Sabemos que nosso corpo material é simples vestimenta temporária, que lançamos à terra ao final de cada ciclo de vida, quando então retorna ao pó de onde veio.

Sabemos que a dor e os desgostos do mundo são incentivos às realizações e recurso educativo das Leis Eternas, sempre objetivando o nosso progresso intelectual e moral.

Sabemos que colheremos na medida do que houvermos semeado, conforme já nos alertam as escrituras no a cada um segundo as suas obras.

Sabemos que nossa consciência nos cobrará consoante aos talentos que houvermos recebido ao nascer, e que cabe a cada um de nós fazê-los multiplicar a serviço de todos.

Sabemos que nunca ficamos sem o amparo dos bons espíritos quando nos propomos a trilhar o caminho do bem, bastando-nos boa vontade e sincero desejo de trabalhar na seara do Mestre Nazareno.

Sabemos que o trabalho é lei da vida e um presente da divindade a todos nós. Que não estamos neste mundo como em uma colônia de férias, mas em jornada de auto aperfeiçoamento.

Sabemos que Deus é justo e bom e, se sofremos, é porque nos inscrevemos voluntariamente nas fileiras da dor purificadora, sentinela do criador a nos despertar para as verdades eternas.

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Quanta coisa sabemos e, no entanto, que fazemos mais que os outros, conforme nos perguntou Jesus?

Quanto patrimônio de conhecimento das leis universais que já adquirimos precisa transformar-se em consciência, alicerçar nossa transformação interior, e nos guiar na relação com o mundo.

Não basta apenas saber, pois aqueles que apenas sabem das verdades eternas e não as pratica, está vivendo a aridez da razão, como se fosse um metal que soa e um sino que badala, ressoando uma mensagem vazia cujos ecos a ninguém aproveita.

Já aquele que tem consciência das lições que Jesus nos ensinou e exemplificou, e por isso as pratica, tem a sua essência e sua alma impregnadas da Verdade, pois ela fala ao seu Eu Maior, alimenta o seu espírito, que transborda das suas atitudes e pensamentos, perfumando todos ao seu redor.

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Deixemo-nos arrastar pela mensagem libertadora do Evangelho, para que nossas mãos, mentes e corações possam construir o mundo novo com Jesus, a prometida morada dos mansos e pacíficos.

José Marcos Trad

23.Out.23

Reflexões sobre o livro Vinha de Luz, cap. 60, Que fazeis de especial?, psicografia de Chico Xavier pelo Espírito Emmanuel.