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Culpa, dever e autoperdão

Oct 20, 2023

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Por que sentimos culpa?

Esta pode parecer uma pergunta trivial, mas, se cogitarmos das suas implicações na nossa maneira de viver, podemos tirar dela lições profundas e libertadoras.

Sentir-se culpado é resultado do processo de questionamento da nossa consciência, como se o nosso Eu verdadeiro nos cobrasse quando nosso comportamento estivesse em desacordo com as Leis Divinas, que regem nossas vidas e todas as coisas.

A culpa não é, por si só, privilégio ou castigo, e não há quem não a experimente em algum momento da vida, pois é resultado de nossa imperfeição moral.

Permeando todo o extrato social, ela não decorre da educação intelectual ou dos saberes do mundo, haja vista que tanto o homem letrado quanto o ignorante, ou mesmo o bruto, podem igualmente senti-la.

A culpa e o dever estão ligados, sendo este a tradução prática da lei divina em nossa consciência.

     Ele encontra-se esculpido em todo ser que pensa, como diretriz de segurança e fator gerador de progresso, agindo também como uma barreira contra os desequilíbrios.

Se sentimos culpa é porque, ao compararmos o nosso proceder com o padrão representado pelo dever, não passamos no julgamento da consciência.

Portanto, não é errado sentir culpa, mas esse sentimento deve ser como a fagulha que acende a chama, mas imediatamente se desvanece, integrando-se nela.

Se a culpa se cristaliza em nosso ser, ela nos prende ao passado e imanta-nos ao sofrimento, impedindo-nos de caminhar em direção à reforma íntima, ao autoperdão e à reparação dos erros cometidos.

Por isso, dizemos que o passado precisa ser nosso mestre, e nos conduzir pelo melhor caminho à luz da vivência adquirida, e não nosso carcereiro.

Quando ficamos remoendo a culpa, nos transformamos em prisioneiros do passado, deixando de viver o presente, assemelhando-nos a um motorista que pretendesse dirigir um carro olhando pelo retrovisor.

Detendo-nos na culpa, negamo-nos a libertação e o crescimento espiritual, recusando a oportunidade de avançar e nos sujeitando a processos obsessivos de autopunição e a complexos de culpa de vária ordem.

***

A culpa é uma devoradora de esperanças, enredando o homem no cipoal do remorso sem saída e no sofrimento sem proveito, verdadeiros espinheiros da alma.

Ladra de oportunidades, pode, ainda, nos causar doenças psicossomáticas, pois a mente é fonte criadora a serviço do homem, e, quando em desalinho, acarreta desequilíbrio físico e emocional.

Mas se acolhemos o sentimento de culpa como o alerta da consciência para revisarmos as nossas atitudes, temos nela o recurso divino ao nosso dispor, que pode nos conduzir de volta à trilha do bem, do amor, da justiça e da verdade.

 

 

 Reflexões sobre a Culpa e o Dever - Franco, DP. – Convites da Vida -

Capítulo 13 – Convite ao Dever, por Joanna de Ângelis

 

Trad – 23.fev.2024.



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Oct 20, 2023

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