top of page

As belas estações da vida

Nov 25, 2024

2 min read

11

195

0

ree

Soneto I

Primavera - O plantio do amor



Dos dias que compõem nossa jornada,

nossa infância é a quadra mais florida,

onde a alma, de candura travestida,

é a angélica efígie açucarada.

 

Logo mais, no frescor da juventude,

em estágios nos circos da ilusão,

ensejamos novos voos à razão,

libertando as asas da virtude.

 

Infância é tempo fértil de plantio,

do amor no coração puro e gentil

das almas de retorno à caminhada.

 

Alento para os solos amargosos,

amanha os territórios pedregosos

na estação juvenil recomeçada.



Soneto II

Verão - Não ser do mundo



Torna, ó alma, ao proscênio dos roteiros

em que vivestes sonhos e esplendores,

e confronta as angústias e amargores

que cultivaste em horto de espinheiros.

 

Teu regresso ao teatro acalentado

tem, por fim, as lições não aprendidas

e o resgate de amores de outras vidas,

para os dias do Reino anunciado.

 

Liberta-te dos erros e porfia,

tendo a luz do Evangelho como guia

e a fé e a caridade a te velar.

 

E a paz da consciência, cobiçada,

escoltará os teus passos na jornada

de conquista da glória estelar.


Soneto III

Outono - A serenidade da madureza




Lembro os anos passados e revejo

o cálido fulgor das mocidades,

as lutas e conquistas das idades,

em clarões que diviso num lampejo.

 

As horas dedicadas aos estudos,

os amigos dos bancos escolares,

os professores, salas e lugares,

até os mestres na entrega dos canudos…

 

Vivo, hoje, uma alegria terna e mansa,

trabalhei na lavoura da esperança

e recordo das lidas com saudade.

 

Vibrantes foram esses tempos idos,

mas não troco seus quadros coloridos

pelas cores da atual serenidade.


Soneto IV

Inverno - O presente da paz



Se vês findar-te a vida sem tristeza,

louva a Deus e agradece todo o amparo

e reserva teu tempo, mesmo raro,

para completar teus dias com grandeza.

 

Faz, do pobre, o irmão de caminhada;

e visita os doentes e acamados;

socorre, com teu pão, aos esfaimados;

por amor, seca a lágrima chorada.

 

Lograrás, assim, paz na consciência,

que nos enseja a arte da vivência

no inverno da vida borrascosa.

 

Na grandeza de amar, está presente

a chave que redime toda a gente,

a porta estreita, sempre generosa.

 

Sonetos de José Marcos Trad
Out/24







Nov 25, 2024

2 min read

11

195

0

Related Posts

Comments

Share Your ThoughtsBe the first to write a comment.

Deseja receber as novidades quando publicadas?

bottom of page